Justiça paulista deu 48 horas para a Avianca Brasil manifestar-se contra ou a favor à nova proposta da concorrente Azul para compra de ativos. Divulgada na segunda-feira (13/5), a ideia da Azul prevê transformar as sete Unidades Produtivas Isoladas (UPI), espécie de ‘mini-Aviancas’ com slots e funcionários da empresa, numa só e levar a leilão até o dia 20 de maio a um lance mínimo de US$ 145 milhões.
A nova proposta da Azul para realizar o leilão de ativos da Avianca gerou incertezas entre companhias aéreas concorrentes e analistas do mercado. Para o presidente da operação brasileira da Latam Airlines, Jerome Cadier, a recuperação judicial está demorando muito mais tempo que o previsto inicialmente, e a participação de Gol e Latam num leilão nesse modelo seria barrada pelo Cade, órgão federal antitruste, por causa da fatia de mercado das duas – combinadas, Gol e Latam têm 69% do mercado brasileiro segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Para Thiago Nykiel, sócio da consultoria paulista INFRAWAY, especializada em infraestrutura aeroportuária, a proposta da Azul causa mais incerteza sobre o futuro da Avianca Brasil.
– A proposta da Azul se aprovada deve levantar menos recursos para saldar a dívida da Avianca que a anterior, defendida por Gol e Latam. Além disso, a aprovação do novo plano deve tomar tempo, jogando contra a grave situação financeira da Avianca no momento – diz Nykiel.
A Azul defende seu plano. Em nota, a companhia diz que “a Azul esclarece que o pedido específico protocolado na última segunda-feira não invalida a proposta Elliot-Latam-Gol, já que pode transitar em paralelo”.
Fonte: O Globo