Isto é Dinheiro – A decolagem da economia

O quinto certame de concessões de aeroportos rendeu R$ 2,37 bilhões aos cofres públicos, um ágio de 1.000% sobre o lance mínimo estipulado. A espanhola Aena desembarcou no Brasil ao arrematar os seis ativos do bloco Nordeste, por R$ 1,9 bilhão. Já a suíça Zurich desembolsou R$ 437 milhões pelos dois aeroportos do lote do Sudeste. Enquanto o consórcio Aeroeste, encabeçado pela brasileira Socicam, pagou R$ 40 milhões por quatro terminais do Centro-Oeste. Com vigência de 30 anos, os contratos abrangem um investimento de R$ 3,5 bilhões no período.

Os ganhos se estendem, principalmente, às mudanças no modelo de concessão de aeroportos, uma das principais inovações foi a oferta das concessões por blocos, que traça um novo roteiro para as concessões no segmento de infraestrutura.

O governo federal já acenou com a possibilidade da extinção da operação. Nesse caminho, os 44 ativos que ainda estão sob a responsabilidade da companhia serão leiloados em dois pacotes, até 2022. A próxima rodada está programada para o segundo semestre de 2020, com 22 terminais divididos nos blocos Sul, Norte e Central.

Outra iniciativa no radar é a venda das fatias de 49% que a Infraero ainda detém em concessões dos aeroportos de Brasília (DF), Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Galeão (RJ) e Confins (MG). A estratégia está ligada a mais uma iniciativa recente. Até a terceira rodada, a companhia era incluída como sócia minoritária nos consórcios vencedores. A partir do leilão seguinte, essa premissa deixou de existir. De um lado, a participação obrigatória engessava as decisões, sobretudo pela lentidão inerente a uma estatal. “Ao mesmo tempo, o envolvimento da companhia diluía muito o risco do concessionário privado, pois, na prática, o governo assumia praticamente 50% de qualquer investimento”, observa Thiago Nykiel, sócio da consultoria INFRAWAY.

Fonte: Isto é! Dinheiro